Está a morrer a geração de ferro a quem tratávamos por “senhor” e “senhora”. A geração que não estudou muito porque tinha de ajudar a familia e depois realizar o sonho de ter casa própria e sustentar a própria família.
Está a morrer a geração de ferro que chorou de emoção e justo orgulho no dia da licenciatura dos filhos…
Está a morrer a geração que antes das 22h fazia com que todos estivessem na cama, ajeitavam-se os cobertores dos mais novos, rezava-se junto porque “ninguém deve dormir sem rezar… não somos bichos!”
Está a morrer a geração que nunca viu um um charro, um linha de cocaína nem precisava de comprimidos ou energéticos para rir e dançar a noite inteira em duas ou três ocasiões anuais pelas quais se esperava com alegria.
Ninguém saía ou entrava em casa sem pedir “a benção”.
Está a morrer a geração que nunca sonhou com a Disneylândia, ou férias paradisíacas pagas principescamente, porque o que era mesmo divertido e necessário era ficar na calçada com os vizinhos enquanto se ficada “de olho nas crianças”.
Está a morrer a geração que guardava o troco em moedas na caixinha, mas não economizava nas festa de aniversário. Não contratava DJs nem divertimentos executados por profissionais e todos se contentavam com as risadas dos parentes e amigos.
Está a morrer a geração de ferro que anotava as dívidas na caderneta e ansiava pelo dia do pagamento para salvar todas as dívidas, porque afirmava com orgulho: “esse dinheiro não é meu.”
Está a morrer a geração que pagou com suor os sonhos dos seus filhos e netos. A geração que afirmava que “saco vazio não se segura de pé” e por isso rezava e fazia comunidade com os outros. A geração que não soube o que eram férias e o passeio de domingo ou a excursão que fez com os amigos eram a mais bela das aventuras.
Está a morrer a geração que guardava o ultimo bolinho para os filhos, que amargou a saudade e o medo quando esses filhos deixaram de ter tempo para eles.
Está a morrer a geração que pagou todas as contas, mas que não imaginou que envelhecer seria tão caro e em alguns casos os filhos se recusariam a dividir essa pesada conta.
Está a morrer a geração que não precisava de Facebook ou Instagram para se publicitar. A geração que tinha palavra e cumpria integralmente o que afirmava.
Está a morrer a geração de ferro que tantas vezes se esqueceu de cuidar de si mesmo. Parece-me que está a nascer a geração de cristal que vive a contemplar o próprio brilho (tantas vezes fantasioso), a geração que exige todos os direitos para si e apenas deveres para os outros.
(Texto que adaptei de um original italiano… Perdoem algum exagero. Infelizmente parece-me que é assim ou pelo menos muito perto de ser assim!)